Obrigado! Dona Bilica
A matriarca dos Quinzinhos deixa um legado extraordinário de amor, resignação e fé.
Das muitas máximas que usava, uma é o resumo de sua grandeza e humildade: “Quem cala vence!”. Essa incompreensível filosofia da Mediadora nos forçava a abrir caminho para a paz e harmonia em nossos conflitos, mesmo convictos de que talvez existisse uma outra vitória possível em nossas pequenas quizilas fraternas.
Mas a beleza da história de vida da D. Bilica é também a história de uma grande tragédia. A história de uma pessoa que nunca teve realmente a chance de ser feliz, embora ingenuamente acreditasse que fosse, essa fosse afinal sua definição de felicidade, o amor, incondicional como
Uma vida atribulada e cheia de provações.
Mas, por que Deus prova assim os seus santos? Será esta a única maneira de provarem sua santidade? É certo que no paraíso não devem existir lágrimas. Mas isso basta? Porque não foi dada a ela a oportunidade de ser feliz? Como Deus poderá reparar isso? Uma vida inteira, tão cheia de provações, para uma criatura tão extraordinariamente boa? Como Deus poderá retribuir sua resignação? Sua fé inabalável? Sua persistência em praticar o bem em silêncio, mesmo ante a opressão e ao sofrimento?
Como disse o Grande Apostolo Paulo: “e também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que o sofrimento produz a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo...”
É certo que se santas existem, agora temos uma! A Santa Izabel dos Quinzinhos! Mas, quem disse que merecíamos uma mãe assim? Nós que somos tão tortos para tudo na vida? Que nos resta agora? Contar e recontar a sua história? Reconhecer que não aprendemos sequer a mais elementar de suas lições de humildade: “quem cala vence!”?
E agora, quem poderá avaliar o seu legado? Quem se lembrará de sua força? De sua vida de renuncias e abnegação? De sua incondicional dedicação aos filhos? De seu sorriso e bonomia mesmo na dor tão longamente presente?
Se, mesmo num corpo tão frágil, tão limitado, era ela que nos guardava e nos protegia se fazendo presente até nos momentos mais improváveis, como será agora? Quem nos manterá unidos?
Santa! Que tua força nos guie, ilumine e proteja! Sempre!